O café começou a ser produzido nas terras altas da Eiópia, mas foi através do Egito e da Europa que ele difundiu-se para o restante do mundo. Em 1727, o governador do Estado do Grão-Pará enviou o sargento-mor Francisco de Melo Palheta em uma viagem, encarregando o oficial de conseguir trazer algumas mudas de café para plantação. Na Guiana Francesa, o sargento conseguiu ganhar a confiança da esposa de um importante político de lá, e foi ela quem deu uma muda de café-arábico, trazida para o Brasil de forma clandestina.
Em 14 de abril, é comemorado o Dia Mundial do Café.
Se Minas fosse um país, seria o maior produtor mundial de café. Para se ter uma ideia, no ano-safra 2012/2013, uma em cada cinco xícaras de café consumidas no mundo saiu de Minas Gerais. O grão é cultivado em 607 dos 853 municípios do Estado, sendo a principal atividade econômica em 340. Mais de quatro milhões de mineiros dependem, direta ou indiretamente, da cafeicultura para seu sustento, o que mostra sua importância não apenas econômica, mas também social.
Nestes quase três séculos de cultivo do café no Brasil, foram muitos os avanços e conquistas dos produtores, entidades de pesquisa e de suporte ao setor: “Cada vez mais, o mundo reconhece o Brasil como grande produtor. E mais importante, como produtor de cafés de excelente qualidade”, destaca o diretor da FAEMG e presidente das Comissões de Cafeicultura da entidade e da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), Breno Mesquita. “Temos hoje o resultado de muito trabalho do produtor, que viu nos cafés especiais um mercado em constante crescimento, acreditou e investiu na produção de grãos de alta qualidade como alternativa à produção de simples commodity”.
Com tantos motivos para comemorar, ele destaca que a data este ano será ofuscada por uma inimiga comum do agronegócio neste início de ano: “Há grande preocupação em função da seca que atingiu todo o cinturão produtor, especialmente em Minas Gerais. Já sabemos que haverá queda na safra 2014/15 e também na seguinte, de 2015/16. Nosso maior receio é perdermos na qualidade que conquistamos, e deixarmos de oferecer ao mundo um tipo de café que só se produz no Brasil”.
O café em MG
A safra 2013 totalizou 49,15 milhões de sacas em todo o país. Deste total, 27,66 milhões (cerca de 56%) tiveram origem em Minas Gerais, em área plantada de 1,03 milhão de hectares, distribuídos por mais de 600 municípios. Segundo a OIC, a produção mundial no período foi de 144,61 milhões de sacas, o que confirma a participação mineira da ordem de 19%. Para 2014, safra de ciclo baixo, a produção esperada para o país é de cerca de 47 milhões de sacas, sendo 25,7 milhões produzidas em Minas Gerais.
Em 2013, o café mineiro rendeu R$ 11,1 bilhões (produção e indústria), ou 8,6% do PIB do agronegócio mineiro, que somou R$ 142,56 bilhões. O Valor Bruto da Produção de Café em 2013 somou R$ 14,13 bilhões, com a saca comercializada a um preço médio de R$ 288,84. O VBP do café representa 30,42% do valor da soma dos 20 principais produtos agrícolas de Minas Gerais. Para 2014, o VBP de café está estimado em R$ 8 bilhões.
Desafios
Lavouras com boa produtividade, fazendas que empregam grande quantidade de mão-de-obra, produção de cafés finos e campeões de Concursos de Qualidade são características da cafeicultura mineira.
Lavouras montanhosas respondem por cerca de 80% da cafeicultura mineira, produção que vem perdendo competitividade devido ao alto uso e custo com mão-de-obra.
Segundo Breno Mesquita, o maior desafio é o produtor se manter na atividade diante do elevado custo de produção, principalmente em momentos de queda de preços como observado no último ano.
As informações são da FAEMG
Comentários
Postar um comentário