Foram cumpridas, em Minas Gerais, ordens judiciais de busca e apreensão em sete empresas e dois escritórios de contabilidade nas cidades de Manhuaçu, Ervália e Resplendor, além de mandado de prisão expedido contra um contador. O objetivo principal é identificar os reais coordenadores do esquema e a localização dos ativos sonegados e desviados dos cofres públicos.
De acordo com informações do Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG), foram identificadas operações simuladas de compra e venda de café entre os três estados com uso de notas fiscais inidôneas. A finalidade é não pagar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Os reais beneficiários do esquema foram os corretores e atacadistas de café envolvidos na fraude.
No Espírito Santo, a operação cumpre 11 mandados de busca e apreensão, dez mandados de prisão temporária, além da efetivação de ordens judiciais de sequestro de bens, ativos e valores supostamente desviados, visando à restituição dos valores sonegados. No Estado a operação teve apoio do Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV). A instituição entregou a denúncia ao governador Renato Casagrande e à Secretaria da Fazenda estadual (Sefaz) foi acionada e, posteriormente, o Ministério Público estadual. “Todos trabalharam durante esses dois anos para fazer todas as análises e levantamentos”, disse o presidente do CCCV, Luiz Antônio Polese.
Os três estados foram lesados pelo esquema de sonegação. O Espírito Santo é o que teve mais prejuízos, pois recebeu mais créditos inidôneos, seguido por Minas e Rio de Janeiro. No Espírito Santo, a ação resultou na sonegação de R$ 100 milhões nos últimos três anos, segundo estimativa do MP local. Polese acredita que o que o prejuízo deve chegar a mais de R$ 200 milhões, aproximadamente, considerando os últimos três anos.
“A operação foi extremamente positiva para o setor cafeeiro. Nós acreditamos que no final das apurações a sociedade conhecerá a ‘banda podre’ envolvida nesta atividade criminosa. É preciso que os produtores de café não vendam mais o seu produto sem a devida emissão da nota fiscal porque isto também é crime e facilita a ação na sonegação do ICMS. O agronegócio café no Espírito Santo é representativo economicamente e socialmente e é composto de milhares de pessoas de bem. Honestas, trabalhadoras e que contribuem com o desenvolvimento econômico e social do Estado”, afirmou o presidente.
Em Minas Gerais, a operação conta com a participação de 21 auditores fiscais, 21 policiais militares e três promotores de Justiça. No Espírito Santo, dez membros do Ministério Público, 35 auditores fiscais e 94 policiais militares auxiliam nos trabalhos.
Com informações da Agência Brasil
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