Seca faz preço do café valorizar 63,94% em Minas Gerais


Com a seca, o preço do café disparou em Minas Gerais. O levantamento da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faemg) aponta que o grão se valorizou 63,94% somente nos três primeiros meses deste ano, puxando para cima os preços dos produtos agropecuários, que no geral subiram 18,27%.
Para a coordenadora da assessoria técnica da federação, Aline Veloso, o impacto nos próximos meses pode ser ainda maior.


– Para alguns produtos ainda não sabemos o tamanho da perda, que só será conhecida no momento da colheita – diz.
Previsão é de que o efeito da seca supere as estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No caso do café, são as muitas incertezas sobre a produção que têm feito o grão se valorizar cada vez mais. A colheita começa em maio e se vai até setembro, e em algumas regiões produtores já falam em quebra de até 70% da safra.
É o caso de Três Pontas, onde foi decretada situação de emergência porque no primeiro trimestre choveu apenas 59 milímetros, quatro vezes menos que o esperado para o período. Com a medida, os agricultores ganham o direito de renegociar dívidas e outros benefícios.
De acordo com o levantamento, a agropecuária mineira deve ter o Valor Bruto da Produção (VBP) 9,3% maior em 2014, alcançando R$ 51,5 bilhões. O café é a principal mercadoria agrícola do Estado e o calor em excesso prejudicou principalmente as novas plantações no sul, região conhecida por ter um produto fino e tipo exportação.
Outro problema preocupa os produtores de regiões montanhosas é a impossibilidade da colheita mecanizada em áreas de aclive. Com a colheita manual, o gasto sobe e muitos agricultores já estão deixando o cultivo na região e migrando para áreas com topografia plana.
Para a consultoria Informa Economics FNP, dentro de 10 a 20 anos a produção nas regiões montanhosas deve cair a quase zero. No lugar do café, devem entrar a pecuária leiteira e a criação de aves e suínos. Isso porque o custo para colher representa 60% do total, e sem as máquinas o lucro despenca.



Agência Estado

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