Paraná estimula produção de café de qualidade

As nove entidades patrocinadoras do Concurso Café Qualidade Paraná, realizado há 11 anos no Estado, receberam quase 10 mil pacotes de café. A entrega ocorreu na última quarta-feira (16), em Curitiba. “O objetivo do concurso é estimular a produção de café de qualidade e a premiação é uma demonstração do potencial que o café produzido no Paraná pode atingir”, explicou o governador do Paraná, Beto Richa, que esteve presente junto do o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.


O café entregue aos patrocinadores corresponde aos lotes premiados no concurso de 2013, realizado em outubro. Com o dinheiro do patrocínio, o Governo do Paranácomprou o café premiado e pagou aos produtores um ágio superior a 60% aos preços praticados no mercado no ano passado. “O Estado incentiva a cultura do café, apoiando quem produz com incentivos, programas e qualificação técnica”, afirmou Richa.

O governador ressaltou outros investimentos que ajudam o pequeno produtor, como a contratação de profissionais e melhorias estruturais de órgãos como Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e Emater, além de infraestrutura nas estradas estaduais e recuperação de estradas rurais.

Participaram do evento o subchefe da Casa Civil, Eduardo Pimentel; o presidente doInstituo Emater, Rubens Niederheitmann; o diretor técnico do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Armando Androcioli Filho; o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado do Paraná (Fetaep), Ademir Mueler. Também estavam presentes representantes das entidades patrocinadoras do concurso - Banco do Brasil, Sicredi, Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), Federação da Agricultura e Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Cresol e Sebrae.

Concurso 

O Concurso Café Qualidade Paraná é promovido para premiar cafés de qualidade em três categorias - natural, cereja descascado e agricultura familiar. São classificados do quinto ao primeiro prêmio em cada categoria. Das 88 sacas de cafés premiados no último concurso, em 2013, o Governo do Paraná comprou 70 sacas.

Em outubro do ano passado, o café era vendido no mercado por uma média de R$ 250,00 a saca. Na época, o governo comprou os lotes por R$ 410,00 a saca, premiando os produtores classificados no concurso. O regulamento prevê que o Governo do Estado pague um ágio de 25% sobre o preço de comercialização do café praticado na Bolsa de Mercadorias e Futuro.

Para o cafeicultor de Apucarana, Shigueo Yamamoto, premiado pela categoria cereja descascado, o prêmio representa a valorização do trabalho do pequeno agricultor. “Além da premiação em dinheiro que ganhamos em 2013, conseguimos vender nosso café acima do preço de mercado. É um incentivo que deixa qualquer produtor contente porque sempre trabalho pensando na qualidade e não na quantidade”.

Para a compra do café, o governo desembolsou R$ 28,7 mil em recursos repassados pelas entidades patrocinadoras e os lotes adquiridos foram transformados em edição especial. “A venda de café ao governo foi opcional para o produtor. Se ele tivesse propostas mais vantajosas no mercado, poderia vender sua produção a quem quisesse”, explicou o engenheiro agrônomo Paulo Franzini, chefe do núcleo da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento em Apucarana e coordenador do Concurso Café Qualidade.

Além do ágio, os produtores que conquistaram as primeiras colocações no concurso receberam prêmios em dinheiro - R$ 5 mil aos primeiros colocados, R$ 3 mil aos segundos colocados e R$ 2 mil aos terceiros colocados de cada categoria. Quem ficou em primeiro lugar em cada categoria também participou de concurso semelhante realizado nacionalmente, e muitos produtores optaram por vender seus cafés em outros estados.

Queda atípica na Produção

O Paraná deverá colher em 2014 uma produção atípica de apenas 650 mil sacas de 60 quilos de café beneficiado, volume 61% menor que a produção do ano passado, que somou 1,65 milhão de sacas. A queda drástica na colheita ocorreu em todo o País, em decorrência dos baixos preços do café praticados no mercado e que desestimularam o produtor, explicou o engenheiro agrônomo Paulo Franzini, coordenador do concurso. No Paraná, além do fator mercado, as geadas ocorridas no ano passado contribuíram para derrubar ainda mais a produção.

Em função desse cenário, muitos produtores erradicaram áreas plantadas, com perda de quase 30% no Estado. Em 2013, cerca de 82 mil hectares estavam ocupados com a cafeicultura, área que foi reduzida para 58 mil hectares em 2014. O número de produtores também caiu de 12 mil para cerca de 10 mil.

“O mais importante não é produzir em quantidade e sim em qualidade. É essa a meta do Paraná”, afirmou Franzini. Ele explica que o Governo do Estado continua apoiando o produtor com programa de estímulo por meio de incorporação de tecnologia para o aumento de produtividade e da renda na propriedade.

A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento vem investindo na instalação de unidades demonstrativas de produção de café com alta tecnologia para estimular o agricultor paranaense. Segundo Franzini, a média de produtividade de café do Paraná varia de 23 a 25 sacas por hectare. A meta proposta pela Secretaria da Agricultura é de 35 a 40 sacas por hectare.

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